5 de setembro de 2011

Filmes, filmes

Nas últimas semanas de ausência aqui no blog andei fazendo dobradinhas de filmes nos raros momentos livres do dia. Alguns me deram novos conceitos e visões sobre o universo cinematográfico e outros simplesmente me divertiram, mas, como dizem nossos professores, todos nos acrescentam algo e nos servem como referência. Vou começar com o Top 3.


Um Olhar do Paraíso - Peter Jackson 


Para um seminário da faculdade, selecionamos ver “Um Olhar do Paraíso” de Peter Jackson.
Sempre que pensam nele o associam ao Senhor dos Anéis e afins, e esse filme vem com uma proposta totalmente diferente.
O longa conta a história de uma menina de 14 anos que é assassinada cruelmente por seu vizinho, serial killer. Ela chega ao céu, e de lá acompanha o drama de sua família em busca do assassino e a nova rotina sem ela.
Tem as cores azul, amarelo e laranja definindo todos os ambientes e a estética inteira do filme é linda, presenteada com uma fotografia espetacular e que define ‘dois mundos’ totalmente diferentes: o céu e a terra. É nítido o esforço de Peter para apresentar o céu como um verdadeiro paraíso e todos os elementos nos remetem à isso.
Casinhas de boneca foram usadas como objeto de ligação do filme. Desde casinhas à venda no shopping até o pingente da protagonista e a fascinação do assassino em construir seus modelos perfeitamente dentro de todos os padrões e tamanhos.
Mesmo com todas as críticas negativas, ele me proporcionou grande emoção, e é isso que espero ao assistir um filme.
Para quem leu “A Cabana” vai sentir um ar do livro muito presente e para quem gostou da leitura é garantia de se apegar à este belo filme.
RECOMENDO!



Peixe Grande - Tim Burton


Edward Bloom (Ewan McGregor) sempre foi um homem de grandes sonhos, paixões e muito mistério para seu filho William (Billy Crudup). Agora, ele começa a juntar as peças para montar uma idéia real do seu pai através de flashbacks de suas maravilhosas histórias.
Na aula de Arte e Estética tivemos a indicação para assistir ‘Peixe Grande’, e faz muito sentido uma professora de estética apreciar um filme do Tim Burton. Ele e seus efeitos, seus ambientes, seus personagens e cores, que nos tiram do nosso mundo real em um piscar de olhos. Na verdade eu sempre acredito no universo que ele cria e o aceito como um ‘mundo real’.
Neste filme, mais que os ambientes, quem me ganhou por completo foram os personagens. Tem gigante, gêmeas siamesas, habitantes de um bairro surreal, poeta maluco, dono de circo, entre outras figuras encantadoras. São tão perfeitos, e tão delicados em sua montagem que damos credibilidade às histórias do aventureiro Edward Bloom. Me apaixonei por cada um e vibrei ao vê-los no final confirmando sua existência.
A idéia do filme é realmente confundir o real com o imaginário e traçar (talvez o público deixe em segundo plano) a ligação entre pai e filho que foi fragilizada durante toda a vida em que um foi ausente para o outro.
É lindo, é mágico, nos emociona além de ser esteticamente admirável e completo.
Recomendo. E recomendo assistir mais que uma vez: uma pra se entregar e viver todas as histórias junto com Edward e outra pra olhar todas as peculiaridades que Tim Burton trouxe à tela.


Tudo Sobre Minha Mãe - Pedro Almodóvar


No dia de seu aniversário, Esteban (Eloy Azorín) ganha de presente da mãe, Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes). Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e termina por falecer. Manuela resolve então ir de encontro ao pai, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.
Esse não foi por indicação da faculdade, mas sim por ouvir tantas pessoas comentarem loucamente sobre esse filme.
Não tinha lido nada da história antes de assistir, me entreguei ao enredo e às mulheres de Almodóvar e depois fui juntando o que já tinha escutado sobre o filme.
É uma história bizarra, parece ter um apelo cômico, mas é feita em tal proporção a ponto de te fazer acreditar em cada acontecimento e cada palavra das personagens. Essas mulheres que tem seus dramas particulares e ao mesmo parecem se completar quando o destino às une. É realmente maluco e por isso o filme é tão comentado e indicado aos amantes de cinema.
Se alguém pegar um pequeno trecho do filme para assistir perceberá todas as cores que o enquadramento quer nos passar. Cores fortes, muito presentes em tudo, quase se tornando outra mulher de Almodóvar.
O elenco, a fotografia, a atuação, as referências importantes, e todo o resto...o filme é incrível e deve ser assistido com um olhar diferenciado.




Assim que der coloco os outros 3!